Saudades da Tia Júnia

Hoje às 6:00 da manhã minha filha me acordou e disse: “Mamãe estou com saudades dela”. Engraçado que antes de dormir havia chorado um pouco com saudades também e estava pensando sobre desenlace físico, como nunca estamos preparados. E quando minha filha falou sobre saudades fui conversar com ela, contei a história do Gautama Buddha (Sidharta), como ele entendeu a causa do sofrimento. Depois peguei um álbum de fotos da Júnia e mostrei para ela. Dentro deste álbum estava umas páginas do pequeno diário que foi encontrado na bolsa da Júnia, no dia do seu desenlace e resolvi colocar aqui, pois tenho certeza que ela gostaria de relatar suas experiências espirituais. Ela escreveu:

(20 de março de 2007 – 23:20) “Estava me preparando para deitar e antes fui meditar, comecei a pensar e sentir na frase que nosso instrutor disse que sempre pensa: “Senhor, eleve-me na consciência ardente para que eu cumpra a Vossa Vontade amorosamente”. Senti a vontade de realizar a Vontade Divina custasse o que custasse. Pedi força à Divindade para que eu conseguisse ser útil à Obra do Mestre, independente do que fosse solicitado. Que eu tivesse consciência para isso. Sentei para meditar, ultimamente, o pouco que medito tem sido muito bom. Neste dia, começou do mesmo jeito e foi aprofundando. Começaram a vir pensamentos do meu trabalho, como sempre, só que dessa vez me lembrei do Mestre falando do caso dele e resolvi deixar os pensamentos vierem sem me incomodar. Então, a meditação foi ficando cada vez mais profunda. De repente senti a presença do Mestre atrás de mim, enorme e senti como se ele estivesse me envolvendo. E eu ia enxergando um céu estrelado, estava vendo nitidamente um Universo estrelado e esse universo era o Mestre. Me senti envolta em amor e comecei a chorar de alegria e gratidão. Eu chorava, mas não deixava de ver as estrelas e nem de me sentir em estado de graça. Foi maravilhoso! Júnia Márcia (Sra Agni). Em nossa memória (31/12/1971 a 13/06/2007)

Em outra página ela escreveu, esta frase, não tem data, “Uma encarnação não é nada frente à eternidade e frente ao que posso fazer pela humanidade.”